FLAMABILIDADE EM CABOS DE COMUNICAÇÃO – Ethernet Industrial – Artigo Técnico 1

FLAMABILIDADE EM CABOS DE COMUNICAÇÃO- Ethernet Industrial – Artigo Técnico 1

  

Você utiliza cabos de par trançado e ópticos com as mesmas características de capa para todas as áreas de sua fábrica?Você sabe do que trata a norma UL- 444?

 

Cuidado!

 

 

                                        

Sua instalação pode estar em risco!Como devemos selecionar os tipos de capas?O que é CMX, CMG/CM, CMR, CMP, LSZH, CMP-50?

 

        

 

 

 As organizações que desenvolvem os códigos de engenharia civil e de proteção contra incêndio são:

  • IEEE(Institute of Electrical and Electronic Engineers);
  • EIA/TIA(Electronic Industries Association/Telecommunications Industry Association);
  • UL(Underwrites Laboratories);
  • ENTIDADES GOVERNAMENTAIS. 

 

Emitem especificações para os materiais utilizados em cabos e para sua instalação. O NEC (National Electrical Code) descreve diversos tipos de cabos e os materiais neles utilizados. A UL (Underwrites Laboratories) cuida dos padrões de segurança, mas expandiu seu programa de certificação para avaliar o desempenho de cabos de pares trançados utilizados em locais de acordo com as especificações de desempenho da IBM, da EIA/TIA e com as especificações de segurança do NEC. A UL também estabeleceu um programa para identificar cabos de pares trançados com e sem blindagem utilizada em redes locais que deverá simplificar a complexa tarefa de verificar se os materiais utilizados na instalação estão de acordo com a especificação. O código norte-americano NEC é estabelecido pela associação de proteção contra incêndio , NFPA(National Fire Protection Association).O código é projetado de forma a permitir sua adoção como lei através de procedimentos legislativos.Você verá o termo NEC em catálogos de cabos , e não confunda com as especificações de um fabricante internacional de equipamentos que tem as mesmas iniciais. Em termos gerais, o NEC descreve a forma como um cabo pegará fogo. Durante um incêndio numa edificação, um cabo instalado nas paredes, percorrendo o poço do elevador ou atravessando a canalização de ar, poderia se tornar uma tocha que transporta fogo de um andar ou de uma parte do prédio para outra (o). Como em geral as coberturas dos cabos e fios são de plástico, eles geram uma fumaça tóxica quando queimam. Várias organizações ,inclusive a UL estabeleceram padrões de incêndio que se aplicam a cabos de rede local.No entanto , o NEC contém os padrões mais aceitos por órgãos locais de licenciamento e inspeção. Os padrões, dentre outras coisas, definem um limite de tempo para o cabo começar a queimar em um incêndio. Outros padrões desenvolvidos pela NFPA e adotados pela ANSI (American National Standards Institute) também descrevem o tipo e o volume de fumaça que um cabo pode gerar ao ser queimado. Apesar de geralmente a indústria de cabos reconhecerem e obedecerem aos padrões do NEC, todas as cidades norte-americanas podem decidir se irão ou não adotar sua versão mais recente para uso local. Em outras palavras, os padrões NEC podem ou não fazer parte dos códigos de construção e de incêndio locais. De qualquer forma recomendo que você especifique para o seu projeto e devida aplicação um cabo que atenda aos padrões do NEC. Você verá os códigos de tipo do NEC em catálogos de cabos e de materiais de suprimentos. Esses códigos classificam categorias específicas de produtos para determinados usos, como as seguintes:

  • OFC (Optical Fiber Conductive) fibra óptica com construção metálica para maior robustez “ruggedized environment”, normalmente instalada diretamente enterrada “direct burial” para proteção mecânica, movimentação de solos e anti-roedores, necessita de aterramento conveniente;
  •  OFN (Optical Fiber Non-Conductive) fibra óptica com construção dielétrica, instalada em tubulação aérea ou enterrada com devida proteção por tubulações de PEAD, não é necessário o aterramento;
  • CMP (Comunicação Plena) depois de devidos testes demonstrou uma propagação limitada ao fogo e uma baixa emissão de fumaça. Em geral, o cabo pleno “PLENUM” contém uma cobertura especial, com o TEFLON. A letra P(PLENUM)desse código define o meio físico, como um canal ou duto , cujo objetivo é conduzir o ar ;
  • CMR (Comunicação Vertical) a letra R mostra que o cabo passou por testes semelhantes, mas com algumas diferenças em relação à propagação do fogo e emissão de fumaça. por exemplo,o CMR é testado por suas características de resistência ao fogo em uma posição vertical. De acordo com o código, você deve utilizar um cabo adequado sempre que for necessário passá-lo através do assoalho ou do teto. Normalmente os cabos CMR têm uma cobertura externa de PVC.

 

Instituições locais reguladoras de códigos de construção e incêndio tentam utilizar padrões como os do NEC, mas, com freqüência seguradora e outras instituições reguladoras especificam os padrões da UNDERWRITERS LABORATORIES. A UL tem padrões de segurança para cabos semelhantes aos utilizados pelo NEC. O UL- 444 é o padrão de segurança para cabos de comunicação. O UL-13 é o padrão de segurança para cabos de circuito com limitações de energia elétrica. Os cabos de rede podem ser classificados nas duas categorias. A UL testa e avalia amostras de cabos e,em seguida , depois de conceder uma aprovação preliminar , conduz testes e inspeções.Essa fase de testes e acompanhamentos torna a marca de aprovação da UL um símbolo valioso para os compradores.Em uma operação muito interessante e inusitada , a equipe da UL juntou segurança e desempenho em um programa cujo objetivo é facilitar a seleção ou a especificação de um cabo. O LAN Certification Program da UL lida não apenas com segurança, pois o desempenho também é testado. As empresas cujos cabos recebem a aprovação da UL as exibem na parte externa de seus produtos, por exemplo, LEVELI, LVLI ou LEVI.

  • Nível I atende aos requisitos de segurança do NEC e ao padrão UL-444. Não há especificações de desempenho;
  • Nível II atende aos requisitos de desempenho da Categoria2 do padrão EIA/TIA 568 e do tipo3 da IBM Cable Plan. Também atende aos requisitos especiais dos padrões NEC e ao padrão UL-444. É apropriado para esquemas TOKEN-RING de 4 megabits, mas não para aplicações de dados com velocidade mais alta, como os 10BASE-T;
  • Nível III atende aos requisitos de desempenho da Categoria3 da EIA/TIA e aos requisitos de segurança dos padrões NEC e UL-444. É a classificação mais baixa para as redes locais;
  • Nível IV atende aos requisitos de desempenho d acategoria4 do padrão EIA/TIA-568 e aos requisitos de segurança dos padrões NEC e UL-444;
  • Nível V atende aos requisitos de desempenho da Categoria5 do padrão EIA/TIA-568 e aos requisitos de segurança dos padrões NEC e UL-444. É a melhor opção para novas instalações de redes locais.       

 

As normas usadas como referência para classificações dos cabos de telecomunicações quanto à flamabilidade são a ANSI/ICEA-S-90-661-2002; ANSI/ICEA-S-102-700-2004; ICEA-S-103-701-2005.

  • ANSI/ICEA-90-661-2002 é o padrão para cabos de pares trançados em uso interno sem blindagem em categorias 3,5 e 5e(com ou sem uma blindagem geral) para uso em sistema de cabeamento para comunicação;
  • ANSI/ICEA-s-102-700-2004 é o padrão para cabos de uso interno de pares trançados sem blindagem individual categoria6(com ou sem uma blindagem geral) para uso em sistemas de cabeamento para comunicações;
  • ICEA-S-103-701-2005 é o padrão para os cabos RISER e devidos requisitos técnicos.

 

 

 

Atenção: mesmo em território brasileiro devemos considerar estas normas para nossas especificações em se tratando de segurança nas instalações quanto aos índices de flamabilidade. Classificamos os cabos quanto ao retardo à propagação de fogo, fumaça e gases tóxicos:

  •  CMP (Plenum Communication Cabe) estes cabos são projetados e construídos para operar em instalações em presença de fluxo de ar forçado. Em eventos de queima , de acordo com a nossa NFPA-2632, estes cabos devem apresentar um espalhamento máximo de chama de 1,5metros,uma densidade de pico de fumaça visível de no máximo 0,5 e uma densidade média de fumaça visível de 0,15;
  • CMR (Riser Communication Cable) são projetados e construídos para instalação em shafts (poços) sem fluxo de ar forçado. Em eventos de queima de acordo com a norma UL-1666 a altura da chama não pode exceder á 3,7metros e a temperatura medida em qualquer acoplamento térmico não podem ser superiores a 454,4 graus Celsius;
  • CMG (General Purpose Communication Cable) e CM(General Purpose Communcation Cable) são cabos de uso geral com pouca proteção contra incêndios. Estes cabos devem atender aos requisitos de testes da norma UL-1685;
  • CMX(Communication Cable Limited Use)cabo de uso limitado em instalações que requerem alguma proteção quanto à propagação de chamas, emissão de fumaça e gases tóxicos. Devem atender aos requisitos de testes da UL-1581.

         

Além desta classificação temos os cabos LS (Limited Smoke) emissão limitada de fumaça, nomenclatura equivalente a LS (Low Smoke) baixa emissão de fumaça, adotadas em normas internacionais ISO e IEC. Cabos sem halogênio (ZH-Zero Halogen) são reconhecidos pelas normas ICEA que remetem a norma internacional IEC-60754-2.A nomenclatura LSZH (Low Smoke Zero Halogen), também encontrado como LSOH, tem origem em normas ISO e IEC .Apesar de serem normas de alcance internacional, ou seja, valem em todo e qualquer país participante do sistema internacional de normalização (Estados Unidos,Brasil,Canadá,Inglaterra,Alemanha) entre outros.Estas normas são comumente empregadas como referência na EUROPA. Como o mercado europeu é mais exigente no que diz respeito ao uso de cabos de telecomunicações com alta classificação quanto à flamabilidade, os cabos LSZH são especificados para a maioria das aplicações em rede de telecomunicações em construções comerciais e industriais. A norma usada como referência é a IEC-60332-1 que especifica o grau de retardo à queima de cabos LSZH. Os compostos usados na fabricação destes cabos basicamente oferecem uma redução na quantidade de gases perigosos e /ou venenosos emanados em caso de incêndio. A principal diferença entre as especificações da normas IEC-60332-1 e as normas UL-1581 e UL-910 é que de acordo com a IEC, o cabo pode continuar queimando ,porém emitindo muito pouca fumaça e gases tóxicos.As especificações UL focam na extinção do fogo,mas o cabo pode continuar emitindo gases tóxico.Atualmente , quase todas as instalações de médio e grande porte na EUROPA devem ser feitas em conformidade com as normas IEC.Algumas autoridades públicas estão exigindo que suas novas instalações sejam feitas em conformidade com a norma IEC-60332-3 , que é ainda mais exigente para cabos LSZH.Uma vez especificado um tipo de cabo quanto á sua classificação de flamabilidade , substituições somente podem ser aceitas com o uso de um cabo de classificação superior,sem causar prejuízos à instalação.Por exemplo, se uma dada especificação pedir cabos classificados como CMR, somente cabos CMP e LSZH poderão ser aceitos em substituição na falta de disponibilidade de cabos CMR.Da mesma forma , se uma dada especificação pedir cabos como CMP somente cabos LSZH poderão ser aceitos na falta de disponibilidade de cabos CMP.

 

Imagens abaixo de testes realizados em cabos , vertical (RISER) e horizontal (PLENUM):

TESTE CABOS DE COMUNICAÇÃO – RISER

 

TESTE CABOS DE COMUNICAÇÃO PLENUM

 

 Infraestrura de um espaço PLENUM , figura abaixo : 

 

EXEMPLO DE INFRAESTRUTURA – ESPAÇO PLENUM

 

  

Deixo duas perguntas aos profissionais de infraestrutura e compradores de nosso imenso BRASIL:   

Em nosso país, é verificado este requerimento sobre “Flamabilidade” em cabos de comunicação, sejam eles de pares trançados e ópticos?

Será que nossos Shoppings Centers, Aeroportos, Metrôs, Hospitais, locais com grande circulação de pessoas estão empregando cabos com índices de flamabilidade corretos, atendendo as normas internacionais?  

 

Só para fortalecer a fixação do tema "FLAMABILIDADE" seguem abaixo duas imagens diferenciadas :

 

 

 

 

 

Conclusão :

Agora com certeza vocês poderão especificar e requisitar aos fabricantes e  fornecedores ,atestados garantindo os indíces de FLAMABILIDADE requeridos pelas normas e legislações internacionais.    

Espero com este primeiro artigo técnico contribuir na especificação correta dos cabos de comunicação de dados quanto aos índices de flamabilidade, garantindo assim proteção as pessoas e instalações.