Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade / Norma Regulamentadora NR-10 / LOTO

                                                  

 

NORMA NR-10 / LOCKOUT & TAGOUT

 

A norma NR-10 trata dos requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Esta norma regulamentadora NR se aplica as fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

       

 

DEFINIÇÕES IMPORTANTES

 

 

ALTA TENSÃO(AT) é a tensão superior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

 

BAIXA TENSÃO(BT) é a tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, e igual ou inferior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

 

EXTRA- BAIXA TENSÃO(EBT) é a tensão não superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.   

 

PERIGO é a situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.

 

PESSOA ADVERTIDA é a pessoa informada ou com conhecimento suficiente para evitar os perigos da eletricidade.

 

RISCOé a capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas.

 

 RISCOS ADICIONAIS são todos os demais grupos ou fatores de risco além dos elétricos, específicos de cada ambiente ou processos de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.

 

TENSÃO DE SEGURANÇA é a extra- baixa tensão originada em uma fonte de segurança.

 

CHOQUE ELÉTRICO é a passagem de uma corrente elétrica através do corpo utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode não causar nenhuma conseqüência mais grave além do susto. 

 

 

 

 

 

      (QUADRO SINÓTICO – EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO)

 

A ruptura dielétrica da pele, segundo especialistas, se dá por volta de 1.500 volts quando então a resistência do corpo se reduz ao meio interno, na ordem de 5.000 OHMS.

  

Condições Orgânicas – Resistência Ôhmica do Corpo Humano   

 

– Resistência Cutânea varia de 100.000 OHMS a 600.000OHMS.

 

– Resistência Interna varia de 200 a 500 OHMS.

 

 

– Resistência Global é a soma da Resistência Cutânea mais a Resistência do meio interno.

 

 

 

 

 

    

O limiar de percepção do organismo humano em corrente contínua é da ordem de 5mA, e para corrente alternada é da ordem de 1mA.

 

 

  

(A-) Contatos com Condutores Regularmente Energizados por:

 

– Erro de equipamento ou linha;

 

– Contato imprevisto com condutores de fácil alcance;

 

– Desconhecimento da energização do equipamento ou linha;

 

– Desconhecimento técnico do equipamento, instalações ou circuitos;

 

 

– Contato com condutores energizados supondo que os mesmos foram desenergizados.

 

  

(B-)Condutores Acidentalmente Energizados por:

 

– Contato entre cabos elétricos em vãos de cruzamentos ou paralelos;

 

– Descargas elétricas atmosféricas;

  

– Erros de Manobras.

 

  

(C-)Contatos com Condutores Previsíveis de Energização:

 

– Indução Eletrostática ocorre em função da tensão existente na linha energizada próxima a linha desenergizada.

 

– Indução Eletromagnética ocorre em função da corrente (carga) existente na linha energizada próxima a linha desenergizada.

 

 – Tensões Estáticas ocorrem em função do atrito de ventos e umidade do ar.

 

  

MEDIDAS PREVENTIVAS segundo a NR-10

 

As principais medidas coletivas e preventivas contra o risco de contato com eletricidade são:

 

– Desenergização;

 

– Tensão de segurança;

 

– Secccionamento Automático da alimentação;

 

– Isolamento por obstáculos e barreiras;

 

-Aterramentos Elétricos e Equipotencialização;

 

– Sinalizações de identificação e advertência;

 

– Bloqueio do religamento automático;

 

– Isolação das partes vivas;

 

– Dispositivos a correntes de fugas.  

 

 

 

 

 

 

 

 

MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO-

 

A- Aterramento Funcional e de Proteção;

 

B- Equipotencialização;

 

C- Isolação Dupla ou Reforçada;

 

D- Secccionamento automático da alimentação;

 

E- Dispositivos de corrente de fuga;

 

F- Desernegização;

 

G-Proteção por extra-baixa tensão;

 

H- Barreiras e Invólucros;

 

I- Anteparos e Obstáculos.

 

 

Aterramento Elétrico na NR-10

 

– O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender as Normas Internacionais vigentes. 

 

– O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade.

 

– Sempre que for tecnicamente viável e necessário devem ser projetados dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterramento do circuito seccionado.

 

 

– Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica, e dispositivos de descarga elétrica.

 

 

O aterramento elétrico tem três funções principais:

 

(1-) Proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas, através da viabilização de um caminho alternativo para a terra, de descargas atmosféricas.

 

 

(2-) Descarregar cargas estáticas acumuladas nas carcaças das máquinas ou equipamentos para a terra.

 

 

 

(3-) Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores), através da corrente desviada para a terra.  

 

 

FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO:

 

Segurança Pessoal

 

 

  

Desligamento Automático

 

 

 

  

Cargas Estáticas

 

 

 

Equipamentos Eletrônicos

 

 

 

 

Pergunta Importante: Se o neutro e o terra estão conectados ao mesmo ponto (haste de aterramento), porque um é chamado terra e o outro de neutro?

 

O neutro é um condutor fornecido pela concessionária de energia elétrica, pelo qual há o retorno da corrente.

 

O terra é um condutor construído através de uma haste metálica e que, em situações normais, não deve possuir corrente elétrica circulante.    

 

Conclusão: A grande diferença entre o terra e o neutro é que pelo neutro há corrente circulando e pelo terra , não.

 

 

 

Conceitos Básicos

 

 

 

Tensão de Contato é a tensão que aparece acidentalmente quando da falha de isolação, entre duas partes simultaneamente acessíveis.

 

    

Tensão de Toque se uma pessoa toca um equipamento sujeito à tensão de contato, pode ser estabelecida uma tensão entre mãos e pés chamada de tensão de toque.

 

 

 

 Tensão de Passo quando uma corrente elétrica é descarregada para o solo, surge em torno da haste do aterramento, surge um gradiente de potencial, cujo ponto máximo está próximo ao eletrodo e o mínimo em uma região bem distante. 

 

 

Pergunto: A resistência da terra é bem maior que a do cobre. Sendo que na prática metade da resistência do aterramento concentra-se na vizinhança de 15cmda haste. Portanto se a resistência de aterramento for de 25OHMS e passar uma corrente de 1.000A através da haste , qual será a tensão de passo que uma pessoa será submetida?

  

   U=R.I, então U=250/2X1000=12.500V.

 

 Uma pessoa em pé nessa região ficará submetida a uma tensão de 12.500Volts.

 

       

Como eliminamos a tensão de passo?

 

 

 

 

Eletrodo de Aterramento

 

 

 

 

 

O aterramento compreende:

 

 

 

Esquemas de Aterramento

 

– Sistema TN-S

 

 

– Sistema TN-C

  

 

– Sistema TT

 

   

 

                                                                         (TN-C)

 

                                                                           (TN-S)

 

 

   

 

                                                                        (TT)

 

Procedimentos de Aterramento

 

(A-) Haste de Aterramento: normalmente é feita de uma alma de aço revestida de cobre. Seu comprimento pode variar de 1,5m a 4,0m. As de 2,5m são as mais utilizadas , pois diminuem o risco de atingirem dutos subterrâneos em sua instalação.

 

(B-) O valor ideal para um bom aterramento deve ser menor ou igual a 5,0 ohms.

 

Dependendo da química do solo (quantidade de água, salinidade, alcalinidade, etc.) mais de uma haste pode se fizer necessária para nos aproximarmos deste valor.

 

 

Métodos para Redução da Resistência de Aterramento   

 

   Existem duas possibilidades:

 

  • Tratamento Químico do Solo.
  • Agrupamento de barras em paralelo.

 

 

 

Agrupamento de Hastes– uma boa regra para agruparem-se barras é a da formação de polígonos. Outra regra no agrupamento de barras é manter sempre a distância entre elas, o mais próximo possível do comprimento de uma barra.

 

Conexão– devemos optar em primeiro lugar pela fixação por solda do fio terra à haste. Isso evita o aumento da resistência do terra por oxidação de contato.

Caso isso não seja possível, poderemos utilizar anéis de fixação com parafusos.

 

 

  

 

 

 

Tratamento do Solo – a instalação em baixa tensão é proibida (por norma) o tratamento químico do solo para equipamentos a serem instalados em locais de acesso público (colunas de semáforos, caixas telefônicas, controladores de tráfego, etc.). Essa medida visa à segurança das pessoas nesses locais.

O tratamento do solo tem como objetivo alterar sua constituição química, aumentando o teor de água e sal e, conseqüentemente, melhorando sua condutividade. O tratamento químico deve ser o último recurso.     

 

 

1º Passo: Tratamento do Solo – cavar um buraco com aproximadamente 50 cm de diâmetro, por 50 cm de profundidade ao redor da haste.

 

 

 

 

2º Passo: Misturar metade da terra retirada, com ERICO-GEL.

 

 

3º Passo: Jogar a mistura dentro do buraco.

 

 

 

4º Passo: Jogar aproximadamente 25 litros de água na mistura que está no buraco.  

 

 

 

5ºPasso: Misturar tudo novamente.

 

 

6ºPasso: Tampar o buraco com a terra “virgem” que sobrou.

 

 

O instrumento clássico para medir a resistência do terra é o TERRÔMETRO “TERRAMETER”.

 

                                     TERRÔMETRO – FLUKE 1623

 

 

DISPOSITIVOS DE IDENTIFICAÇÃO E BLOQUEIO – LOTO – LOCKOUT AND TAGOUT.

 

 

Para realizarmos as devidas manobras de desernegização e energização nas instalações elétricas devemos segundo a NORMA NR-10 lançarmos mão de dispositivos de bloqueio e identificação.

 

Nesta semana uma coisa me chamou a atenção. Recebi um email de um profissional da área ambiental solicitando uma avaliação para licença ambiental de um navio de combustível “TANKER SHIP” para minha surpresa quando o nobre colega me enviou algumas fotos de bloqueio, tive um susto!

 

Esparadrapo com a seguinte informação “NÃO DESLIGAR”, logo a importância em estarmos sempre divulgando a NR-10 é essencial, pois moramos num país que infelizmente não tem profissionais em número suficiente para fiscalizar as áreas fabris, e o mais crítico é saber que este caso que acabei de relatar está acontecendo numa área extremamente nobre em normas e certificações, ÓLEO E GÁS, mas mesmo assim muitas empresas estão despreparadas para seguirem uma norma tão importante como a NR-10.

 

Abaixo : Identificação Inadequada – Fora da Norma NR-10.

         (Navio Tanque "TANKER SHIP")

Como referência para adquirirem produtos de qualidade indico a empresas BRADY (www.brady.com) , ÉRICO ( www.erico.com ) e FLUKE ( www.fluke.com ).

 

Na seqüência apresentarei várias fotos de aplicações com devidos produtos adequados para BLOQUEIO (LOCKOUT) e IDENTIFICAÇÃO ( TAGOUT).

 

 

 

 

 

BLOQUEIO PARA VASOS DE PRESSÃO/COMBUSTÍVEL

 

 

 

Identificação e Bloqueio para Válvula  Esfera.

 

 

Válvula Esfera – LUPATECH

 

 

 

Sistema de Identificação e Bloqueio para Interruptor 

 

 

Sistema de Bloqueio para Interruptor.

 

 

 

 

Bloqueio para Interruptor

 

 

 

 

 

Bloqueio Universal para Válvulas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Dados Estatísticos do Setor Elétrico Nacional